A coisa mais inútil que andaram fazendo para a nossa língua, antes desta nova reforma ortográfica, foi modificar o termo “Correndo risco de vida” por “correndo risco de morte”.
Não sei como vivi tanto tempo correndo o risco errado.
Meu pai, que já é morto, é que se deu bem, pois com esse novo risco de perder a morte, pode ser que ele ressuscite.
O que tenho certeza que não ressuscitará por nada é a inteligência de quem inventou essa alteração preciosa.
No inicio a frase era “correndo o risco de perder a vida”, que numa evolução natural da língua ficou reduzida a “risco de vida”. Simples, né? O Jornal Nacional não concorda.
O que o Jornal não percebeu é que se agora as pessoas correm o risco de perder a morte, podemos ter um grave problema populacional com tanta gente saindo dos túmulos... Menos o nosso Português, que a cada dia agoniza mais depois de tantas intervenções cirúrgicas irresponsáveis.
Uma pergunta que não quer calar: Por que, já que mudaram o risco de vida, não mudaram também a palavra “obrigado”? Afinal não sou obrigado a assistir o Jornal Nacional... Ou sou?
Obrigado era, originalmente algo como: “Fico obrigado a agradecer pelo favor concedido por vossa mercê”, ou algo assim. O fato é que não falamos, normalmente, “agradeço”, mas “obrigado”.
Quem sabe o Jornal Nacional não nos corrige, né?